Visitar a capital do Amazonas é uma experiência surpreendente, e uma ótima escolha para as famílias que querem vivenciar um pouco a cultura dos povos que vivem na Amazônia. Conhecida como a “Paris dos Trópicos”, por conta da era da borracha que atraiu muitos europeus para lá, Manaus é o portal para a Floresta e uma verdadeira imersão a toda natureza exuberante da região.

É possível visitar o Estado o ano todo, depende apenas do que se quer encontrar por lá, já que a região tem duas paisagens a depender da época: do final de junho a novembro é o verão, onde as águas dos rios baixam e é possível ver areia às margens do rio. Já de dezembro ao começo de junho, é a época das cheias, os rios ficam altos e a floresta alagada. Fomos no comecinho de junho, ainda na cheia, e ficamos cinco dias. 

É essencial tomar vacina contra febre amarela para visitar a região Norte do Brasil. Como faz muito calor, independentemente da época do ano, considerar na mala roupas leves, protetor solar, repelente (embora tenha muito pouco mosquito), tênis e chinelos e roupa de banho. 

  • Trajeto

Partindo de São Paulo, o voo direto dura cerca de quatro horas. Lá, usamos Uber para todos os lugares, super tranquilo. 

Uma curiosidade é que para quem quer chegar ou sair de Manaus, todo o transporte é fluvial (de barco) ou aéreo (de avião) – há pouquíssimas estradas. 

  • Hospedagem

Ficamos hospedados no Tropical Executive Manaus, que fica às margens do rio Negro, em Ponta Negra. Embora simples, os quartos são grandes e todos com uma vista maravilhosa para o rio, para a floresta e para a praia de Ponta Negra – uma praia de rio. O ponto alto é a piscina, que tem uma borda infinita que se confunde com o rio. 

O hotel fica longe do centro, cerca de meia hora de Uber, mas é uma região gostosa por estar na praia – a orla tem vários restaurantes, quiosques, parquinho e é super segura para passear.

Outras opções de hotéis no centro, bem em frente ao Teatro Amazonas, são o Hotel Villa Amazônia e o Juma Ópera Boutique Hotel e Spa – ambos maravilhosos. 

Para quem quiser ficar alguns dias imersos na Floresta Amazônica há opções de lodges: 

Juma Amazon Lodge, Anavilhanas Jungle Lodge e Mirante do Gavião Lodge.

  • Passeios

Dia 1

No primeiro dia, chegamos do aeroporto na hora do almoço e aproveitamos para curtir um pouco a piscina do hotel e passear pela orla da praia. À noite, fomos jantar em um restaurante tradicional de lá, o Amazônico, com um cardápio de preparos de peixes típicos da região.

Dia 2

Fomos conhecer o Teatro Amazonas, que fica no Largo São Sebastião, no centro da cidade – um dos principais cartões postais de Manaus e com certeza um dos teatros mais lindos do mundo.

Fizemos uma visita guiada, que dura cerca de 40 minutos, onde conhecemos toda a história do lugar. Construído em 1896 para atender às necessidades de entretenimento dos imigrantes na era da borracha, o teatro foi todo feito com materiais vindos da Europa. 

Há o salão principal, que recebe vários espetáculos todos os dias, muitos deles gratuitos ou a R$ 10  (tivemos a sorte de visitar enquanto estava tendo um ensaio) – vale conferir a programação. Uma curiosidade é que o teto tem uma pintura que simula como se estivéssemos debaixo da Torre Eiffel. 

Tem um outro salão privativo, que era usado pela alta sociedade em eventos ou intervalos dos espetáculos, que é todo dourado, com ouro de verdade, e o piso é de marchetaria, uma técnica muito utilizada no Amazonas. 

Nos corredores há objetivos da época e uma maquete do teatro toda feita de Lego. 

Depois da visita, fomos passear pelo centro, no entorno do Largo São Sebastião, onde há muitos restaurantes, bares e lojinhas de artesanatos. Provamos o famoso Tacacá da Gisela, o sanduíche típico Caboquinho (pão, queijo coalho, banana e tucumã) e o bombom de cupuaçu na cafeteria Selva Amazônica que fica em frente ao teatro, e almoçamos no restaurante Tambaqui de Banda.

No jantar, fomos ao Banzeiro, que fica a uns 3 km do centro, e lá provamos a famosa formiga de entrada. 

Dia 3

Aproveitamos o dia para fazer o Tour Fluvial, talvez o passeio mais legal para fazer com crianças. É um passeio de barco pelo Rio Negro que parte do Mirante Lucia Almeida e passa por vários pontos da Floresta Amazônica. Saímos às 9h e retornamos às 15h, mas passou super rápido.

Há várias agências que fazem o percurso – fizemos com a Staff da Amazônia e curtimos muito. Crianças a partir de 2 anos podem fazer o passeio e, embora pareça longo, é super tranquilo. 

No passeio é possível nadar com os botos, pescar pirarucu, ver o encontro das águas entre o rio Negro e Solimões, fazer trilha pela Floresta Amazônica, ver a floresta alagada e o lago de vitória régia e visitar uma aldera indígena. 

Tudo sobre este passeio em Amazonas: tour fluvial pela Floresta com crianças.

À noite, fomos jantar no Caxiri, um restaurante bem sofisticado, que fica na frente do teatro e está na lista do 50th Best Discovery. Vale conhecer!

Dia 4

Fomos no famoso Mercado Municipal Adolpho Lisboa, que tem várias barracas com artesanatos, comidas, bebidas e remédios naturais. Uma experiência bem legal para entender como os povos de lá aproveitam tudo da natureza para desenvolver os utensílios para o dia a dia. Um exemplo é a língua do pirarucu, que eles usam como lixa para os pés, e as escamas, que usam como lixa de unha. Muito interessante. Almoçamos por lá mesmo – há vários restaurantes com comidas típicas.

O mercado fica em frente ao porto, por onde chega absolutamente tudo para abastecer a cidade de todos os lugares do Brasil e do mundo. A região é um pouco perigosa, como toda região de porto, então, vale ficar atento. Demos uma passada no Shopping Manauara para tomar o sorvete da Santo Gelato, com sabores de frutas típicas do Amazonas, e comprar chocolates da região no Bombons da Amazônia

À noite, fomos caminhar e jantar na orla da praia da Ponta Negra.

Dia 5

No nosso último dia, antes de ir para o aeroporto, fomos conhecer o Musa – Museu Amazônia, um museu a céu aberto no meio da floresta. Fica a cerca de 50 minutos de Uber do centro de Manaus. Além da trilha na floresta, há exposições, esqueletos de animais gigantes e dinossauro, orquidário, borboletário, casa dos aracnídeos, serpentário, aquário e lago com vitória régia. O ponto alto é a torre de 43 metros que tem uma vista impressionante da floresta. 

Há outras atrações pagas à parte mediante reserva como observação das aves, nascer ou pôr do sol, trilha guiada e trilha noturna. Tem também restaurante e lojinha. Só pode entrar de calçado fechado no museu.

Para quem procura ainda mais dicas de Manaus com crianças, sugerimos o perfil Natureza de Criança, que traz muitas informações bacanas sobre este destino.

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