Nossa primeira viagem para a neve foi Bariloche, quando a Malu tinha 23 meses. Sempre me perguntam sobre ir para lugares muito frios com bebês e crianças. Eu acho super possível, é só uma questão de se preparar para temperaturas baixas – bebês sobrevivem numa boa ao frio usando as peças adequadas – e muito planejamento e pesquisa. Nosso roteiro de quatro dias foi em julho, época em que a temperatura variava de 0 a 10 graus.

  • Trajeto

Fomos de Latam em um voo direto diurno  de cinco horas. Foi tranquilo o voo, sem maiores problemas, levamos os brinquedinhos que ela curte, baixamos o app Latam Play no celular, levamos uns lanchinhos e ela se distraiu, também dormiu umas 2 horas já que os horários coincidiram com horário de soneca dela. Em Guia de como viajar com bebês e crianças no avião há tudo sobre este tipo de experiência, ela nunca teve nenhuma dor de ouvido ou dificuldades nos 26 voos que fizemos com ela até os 2 anos.

Fiquei muito em dúvida se alugava carro – sempre alugo em viagens pela Rental Cars e amo pela independência, conforto e porque ainda dá para alugar com cadeirinha. Mas por conta da possibilidade de nevar na estrada ficamos receosos, pois já passamos perrengue nos EUA para acharmos a corrente para o pneu que é obrigatória quando está nevando.

Não há Uber em Bariloche e os táxis e remises (um tipo de táxi de Bariloche) são super complicados. Não tem na rua, tem que chamar, demoram demais para chegar – ficamos uma hora esperando – e ainda não tem padrão de valor, cobram o que vier na telha. Portanto, se não for nevar, recomendo demais que se alugue um carro. 

Por fim, contratamos um transfer com carro grande de sete lugares – fomos em quatro adultos e dois bebês de dois anos. Quem quiser o contato, deixe um comentário que compartilho.

  • Hospedagem

Ficamos no Aguila Mora Suites. É novinho e limpo, quarto excelente, espaçoso e com berço, com calefação boa, banheiro grande com banheira, mini sala, mini cozinha com microondas, fogão, frigobar e utensílios. Além disso, bem localizado, com uma vista linda para o lago, perto do Cerro Otto e a 5 km do centro da cidade

No entanto, acho importante também dividir os contras, pois esperávamos mais serviços de hotel e encontramos um serviço de flat. Entre os pontos que não gostei está o fato de eles não oferecerem serviço de restaurante – imaginava que um hotel deste nível teria esta comodidade. E posso dizer que fez muita falta, ainda mais com bebês de dois anos. Chegamos tarde da noite do aeroporto e estávamos certos que teríamos um restaurante bem aconchegante nos esperando, mas não. Eles servem somente pizza, empanada e uma torta – nada de espetacular. 

Além disso, o Aguila Mora Suites não oferece serviço de hotelaria, o atendimento da recepção está longe de ser de excelência, o corredor é aberto, ou seja, muito frio entre o elevador e os quartos e o café da manhã não é nada de mais. 

Fiz uma pesquisa grande para encontrar outras opções de hospedagem em Bariloche e a lista pode ser vista em Bariloche: melhores hotéis para viajar com bebês e crianças.

  • Passeios

1o dia – Cerro Campanário, Circuito Chico e Hotel Llao Llao. Foi passeio de quase cinco horas em Bariloche. 

Cerro Campanário: Lá é possível subir um teleférico aberto onde pode-se ver a vista mais bonita do lugar. A Malu foi no colo, agarradinha na gente. Dizem que lá é onde tem uma das vistas panorâmicas mais impactantes do mundo. Realmente é muito bonito.

Circuito Chico: Um passeio de carro pelas montanhas ao redor do lago. É muito bonito. Estava bem frio, entre 0 e 10 graus. 

Hotel Llao Llao: Fomos almoçar e conhecer o hotel mais luxuoso e tradicional de Bariloche, valeu super a pena.

2o dia – Cerro Otto e Piedras Blancas

Cerro Otto: É um teleférico fechado que tem uma vista maravilhosa – vale a pena ir quando o previsão do tempo está boa, porque é a céu aberto. Lá em cima tem a confeitaria giratória, que não é nada de extraordinário, mas a vista vale uma sentada para tomar um café. Tem banheiro com trocador.

Piedras Blancas: É o local mais indicado para crianças se divertirem na neve. Entre as atividades estão o ski bunda, zipline, arvorismo, bóias, trenós, snow safari (moto de neve). Achamos que vale mais a pena a partir de uns quatro anos para aproveitar melhor. Nossa bebê já estava cansada e capotou no meu colo em plena pista do ski bunda. Há roupas e equipamentos para alugar, restaurante – achamos caro e comida razoável – e banheiro com trocador.

3o dia Villa la Angostura e Hotel El Correntoso

Villa la Angostura: Fica a pouco mais de uma hora de Bariloche. O trajeto de carro até lá é lindo. A previsão era de chuva, mas acabou fazendo um dia lindo, choveu só um pouquinho. Conhecemos o Correntoso Lake & River Hotel, um lugar lindo onde almoçamos, e demos uma volta de carro pela cidade, que é muito mais charmosa e tranquila que Bariloche. Demos uma passada pelo Puerto Angostura e pelo centrinho, que tem várias lojinhas. Gosto é gosto, mas, na verdade, preferiria muito mais ter ficado e Villa la Angostura, porque gostamos mais de lugares mais privativos, menos turísticos e explorados. 

4o dia – centrinho de Bariloche

Foi o único passeio que usamos para valer o carrinho de bebê. As ruas não são muito boas, mas dá para andar. Fomos no Museu do Chocolate da Havanna e, embora pequeno, a Malu gostou de ver os animais esculpidos em chocolate. Também fomos na Rapanui Chocolate & Helado, que tem uma mini área kids, e a loja é bem grande e bonita. Outra loja linda de chocolates que visitamos vou a Mamuschka, que fica ao lado da Rapa Nui. Ela ficou encantada com as bonequinhas russas. 

Outras informações 

Como decidimos não esquiar, desistimos de ir ao Cerro Catedral que é a tradicional estação de ski de Bariloche. As belas paisagens de montanha e neve dos passeios que fizemos não perdem em nada para o Cerro Catedral. 

Chegamos a conclusão que teria sido melhor ficarmos fora de Bariloche, especialmente com crianças. Achei tudo muito lotado e turístico e o atendimento não é bom, seja no hotel, nos restaurantes e nos transportes. 

A próxima vez certamente ficaremos em Villa la Angostura, a uma hora de Bariloche, ou em San Martin de los Andes, a três horas de Bariloche, pois são as mesmas belezas naturais e atrações de neve e ski, mas com um ambiente mais tranquilo e charmoso.  

Alimentação

Essa foi umas das viagens que a Malu comeu melhor. Ela está em uma fase que está sendo muito seletiva em relação aos alimentos, mas, por nossa sorte, em Bariloche deu tudo certo. Todos os dias comeu salada de alface, tomate e cenoura, carne, batata e frutas durante os dia.

Entre os restaurantes que fomos está o do  Llao Llao Resort, Golf-Spa, o mais tradicional da região, o Correntoso Lake & River Hotel – que não é barato, mas vale a pena o investimento pela vista, pela comida e pelo atendimento excelentes -, e o famoso El Boliche de Alberto, carne tão boa quanto o tamanho das filas.

  • Mala 

O kit de neve da Malu é composto por dois tipos de roupa: 

1 – Macacão de neve da Baby Doo, uma marca do Sul do Brasil, com roupas de super qualidade, pensadas no mínimo detalhe (facilidade de vestir, alça no pezinho, bolsinho para a chupeta, possibilidade de tirar pêlo do capuz se a criança se incomodar). Tem opções desde bebês até crianças maiores, e na sessão “pequeno turista” do site eles ainda indicam roupa certa para cada viagem e temperatura.

2 – Conjunto completo com três camadas (compramos nos EUA na Amazon):

Primeira camada: roupa térmica para segurar o calor (específica para o inverno);

Segunda camada: lã ou fleece pra aquecer;

Terceira camada:  peça impermeável, uma bota impermeável, uma luva e um gorro.

Também é possível encontrar esse tipo de roupa na Decathon e na Benevento no Brasil.

Como fiquei acompanhando a previsão do tempo antes de ir para Bariloche e fazia umas três semanas que estava nevando, resolvi dar uma reforçada com mais um macacão para colocar por baixo da roupa impermeável da Baby Doo. O fleece deles é super bom, difícil achar dessa qualidade aqui. Fora que essa peça vou usar bastante como pijaminha agora no inverno de SP.

  • Documentação

Em países da América do Sul, com exceção das Guianas, é possível viajar só com o RG – é o caso da Argentina. Passaporte válido continua sendo também uma opção. Vale lembrar que a Certidão de Nascimento não é aceita na imigração de qualquer destino internacional.

Pronta para viajar

Para tirar o RG, cada estado brasileiro tem um órgão responsável. Em São Paulo, é super fácil e rápido pelo Poupatempo e a primeira via é gratuita. Todas as informações sobre documentação de bebês e crianças em viagens nacionais e internacionais podem ser consultadas em Guia prático de documentação para viajar com bebês e crianças. 

Mais dicas de viagem

Seguro viagem é item indispensável no planejamento e check list de qualquer viagem. A Coris, parceira do nosso blog, é uma empresa que existe há 30 anos, e está entre os melhores seguros do país. Embora cada país tenha suas regras, e em muitos casos não é obrigatória a contratação, o seguro viagem é uma proteção muito importante.

Para comunicação em viagens internacionais, também sempre optamos por comprar um chip internacional de celular – recomendamos o Meu Chip, com cupom de desconto: Pezinhos.

Para alugar carros, sempre uso a Rental Cars, porque lá eles consolidam as melhores empresas em um lugar só – acho ótimo porque temos muitas opções tanto de valores quanto de modelos. Durante o processo de reserva na Rental Cars, há uma etapa de adicionar outros serviços, como a cadeirinha do carro – nesta hora, escolha a que mais se adeque à idade da criança.

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