Um dos destinos que mais recebo questionamentos sobre como viajar com bebês e crianças é a Disney. Por mais que seja um roteiro obviamente muito voltado para os pequenos, muitas dúvidas surgem sobre quais os parques mais adequados para cada idade, tipos de hospedagens, melhores épocas para visitar, entre outras. Nada melhor do que buscar todas essas informações com quem mais entende do assunto. Fizemos uma entrevista pessoalmente com a Renata Costivelle, uma das fundadoras do Vai pra Disney?, blog exclusivamente especializado em reportar dicas e experiências relacionadas à Disney Orlando. Além de especialista em assuntos relacionados à Disney, Renata ainda é mãe de uma menininha de dois anos e meio.

1 – Qual é a melhor época para se viajar com bebês e crianças para a Disney Orlando? Por que?

VPD: Há diversos fatores que afetam a experiência da família na Disney, mas quando se viaja com bebês, acho que o principal é buscar temperaturas mais amenas para evitar um desgaste muito grande. 

Final de abril, outubro ou até começo de novembro, são meses de temperaturas menos extremas. Também gosto muito do começo de maio, por ser mais tranquilo, apesar de bem quente. As crianças amam piscinas e esguichos, e podem abusar da água nessa época.

2 – Qual é o roteiro ideal para conhecer a Disney Orlando com bebês crianças? 

VPD: É uma resposta que vai variar muito de acordo com o perfil de cada família. Com bebês, vale fazer as coisas com mais tempo (separando mais de um dia para os parques principais para fazer tudo com calma), mas é importante ter a expectativa certa: nem sempre o bebê vai aproveitar todas as etapas da viagem.

A primeira vez que eu levei minha filha para a Disney, ela ficou muito mais interessada no vento batendo nos balões e nas árvores do que no Mickey. Cada idade vai ter seu interesse, mas não criar expectativas em relação à experiência da criança é mais importante do que o roteiro em si. 

As crianças pequenas se encantam com os estímulos da Disney, muitas vezes mais do que com as atrações em si. Busque parques mais clássicos, com atrações voltadas para crianças pequenas. Dependendo da idade, os shows podem interessar também. 

Separe dias para descanso e (dependendo da época da viagem) parques aquáticos ou piscina do hotel também. O Crayola Experience pode ser uma programação coringa para dias de chuva.

Outro ponto que vale destacar é que, para crianças pequenas, os cruzeiros da Disney podem ser ainda mais legais do que os parques. Dependendo do tamanho da viagem, você pode considerar combinar com um cruzeiro pequeno, de umas quatro noites.

3 – Como funciona a questão dos ingressos para visitar os parques da Disney? Quais são as opções e o que vale mais a pena adquirir?

VPD: Quando se viaja com criança pequena, a escolha do ingresso passa por duas perguntas:

  • Quantos dias vocês pretendem visitar os parques? Eu realmente acho que pelo menos o Magic Kingdom merece dois dias de visita.
  • Pretendem ir a parques aquáticos ou não? 

Caso não vá para parques aquáticos, o ingresso do tipo Básico (que permite visitar um parque por dia) atende muito bem. Acho um desperdício gastar dinheiro com o adicional Hopper (que permite transitar entre os parques no mesmo dia), porque ficar mudando de parque com criança pequena é um pouco cansativo. 

Agora, se a idéia for visitar bastante os parques aquáticos, o Hopper Plus (que inclui estes parques) pode fazer sentido.

A verdade é que os ingressos do parque são cheio de regrinhas e dependendo da sua programação, o melhor ingresso vai mudar. Aqui, você encontra o detalhamento de todas as regras para te ajudar nessa decisão.

4 – Bebês e crianças pagam ingressos?

VPD: Crianças menores que 3 anos não pagam ingressos na Disney, Universal ou Sea World. De 3 a 9 anos, as crianças pagam um ingresso infantil, que é um pouquinho mais barato. Já crianças com 10 anos ou mais pagam ingresso igual ao dos adultos.

5 – Os parques da Disney Orlando têm estrutura para receber bebês e crianças? Como é a circulação com carrinhos, há trocador nos banheiros etc?

VPD: Os parques, especialmente os da Disney, são super preparados para receber bebês e crianças. A circulação de carrinhos é super comum (até com crianças não tão pequenas assim) e na maioria das atrações, você encontra um estacionamento de carrinhos em frente. 

Há trocador em todos os banheiros do parque, além de um espaço por parque temático da Disney dedicado para crianças pequenas, chamado Baby Care Center. Este espaço tem uma salinha para dar comidinha, microondas, sala de amamentação e mais trocadores. Aqui você encontra mais detalhes sobre o Baby Care Center.

6 – Há uma divisão de parques ou atrações por faixa etária? Se sim, como funciona?

VPD: Todos os parques trazem atrações para diferentes faixas etárias, mas os mais indicados para crianças pequenas são o Magic Kingdom, Animal Kingdom, Hollywood Studios, Legolando e Sea World. Isso dito, nada impede os adultos de visitar outros parques também. Todos terão atrativos para os pequenos.

7 – Você acha que vale a pena ir com crianças tão pequenas – de 0 a 3 anos? Há atrações destinadas a esta faixa etária? 

VPD: Valer a pena é relativo. Se for uma viagem a ser realizada uma vez na vida, acho que vale a pena esperar. Agora, se houver flexibilidade de orçamento para ir a Disney algumas vezes na vida, acho uma experiência super gostosa. Tem algo muito especial e puro em visitar os parques com crianças pequenas, que torna a experiência mais especial para o grupo todo. 

Minha filha tem dois anos e meio e a felicidade dela ao encontrar um personagem, ao acenar para os personagens na parada e o orgulho dela quando toma coragem de ir em uma atração nova, para mim traz mais emoção do que qualquer montanha russa.

8 – Quais são os parque mais adequados para ir com crianças de 4 a 7 anos? Há atrações destinadas a esta faixa etária?

VPD: Essa é uma faixa de idade ainda mais importante para levar em conta o perfil das crianças (e do resto do grupo também). Vocês são fãs de Harry Potter? Princesas? Ou Star Wars? Talvez Marvel? As crianças são mais radicais e já querem ir nas montanhas russas ou preferem atrações mais clássicas?

Não existe uma regra com relação aos melhores parques e para realmente otimizar o seu aproveitamento, o ideal é primeiro entender a proposta de cada parque e então escolher aqueles que mais se encaixam no perfil do seu grupo. Aqui você encontra um resuminho do que esperar em cada um dos principais parques de Orlando.  

9 – Em relação à alimentação dentro dos parques, é permitido entrar com alimentos e bebidas?

VPD: É permitido sim, respeitando as regras de cada parque (entenda cada uma delas aqui). Minha filha não é exatamente fácil para comer, então muitas vezes, eu preferi levar comida de casa, para garantir uma boa alimentação. Além disso, comprar lanchinhos e frutas fora dos parques é sempre bem mais barato do que dentro. 

10 – Há alimentação adequada ou os restaurantes e lanchonetes oferecem algum suporte especial em relação a esta questão? Como aquecer papinha, mamadeira etc?

VPD: Você pode aquecer papinha ou mamadeira no Baby Care Center dos parques da Disney ou espaço equivalente (porém bem menor) nos outros parques. Vale avisar que nem o Disney Springs nem os parques aquáticos oferecem um espaço como este.

Os restaurantes não podem manipular alimentos que fogem do seu controle, por isso não podem aquecer comidinha. Isso dito, você consegue água quente para fazer a mamadeira em vários restaurantes sem custo algum. 

11 – Há suporte médico nos parques da Disney? Como funciona?

VPD: Cada parque tem um ambulatório com serviço médico caso tenha qualquer emergência. Minha dica é sempre olhar a localização deste espaço no mapa assim que chegar no parque. 

12 – O que não pode faltar na bolsa ou mochila do bebê para visitar os parques da Disney? 

VPD: As mesmas coisas de qualquer passeio mais longo: protetor solar, muita água, troca de roupa, comida, muitas fraldas e alguns brinquedinhos. Dica: para crianças a partir de 2 anos, os mapas dos parques também podem funcionar como um brinquedo. Minha filha fica um tempão distraída observando o mapa. 

Eu gosto de levar também uma capa de chuva para o carrinho que serve também de corta vento, dependendo do dia. Gosto de comprar uma espuminha antiséptica para limpar qualquer raladinho no joelho ou coisa parecida, e gosto de levar trocadores descartáveis para a viagem como um todo. Nos parques é mais tranquilo, mas em outros locais nem sempre o trocador é tão limpinho. Eu sou meio chata, então nesses casos acho bom ter um protetor descartável para colocar embaixo do meu protetor mesmo. 

13 – Como escolher a melhor hospedagem para visitar a Disney Orlando? Quais são as localizações mais adequadas para quem vai com bebês e crianças? Tem dicas de hotéis?

VPD: A localização mais adequada depende da sua programação, mas se o foco for Disney, eu indico a região de Lake Buena Vista. Muita gente prefere alugar casa, mas eu prefiro hotéis ou condos (aptos com cozinha completa, mas que são gerenciados por hotéis). Ambos tem localização, segurança e manutenção mais adequadas do que casas alugadas.

Os hotéis da Disney são incríveis e trazem vários benefícios (veja todos aqui), e valem a pena principalmente para quem pretende mesmo ficar um pouco curtindo o hotel. Por outro lado, são mais caros e a maioria dos quartos não oferece cozinha completa. Para quem pretende cozinhar, gosto dos condos do Marriot, Sheraton e outras grandes redes hoteleiras. São diversos espalhados pela cidade toda. 

Eu não recomendo AirBnb em Orlando. A oferta não é muito grande e muitas são bem questionáveis. 

14 – Vale a pena ficar hospedado no complexo ou é melhor optar por localizações mais tranquilas?

VPD: Falei um pouco sobre isso na pergunta anterior. Mas pode valer a pena dependendo do orçamento, perfil do grupo e o que buscam na hospedagem. Ficar na Disney é sempre delicioso, isso é inegável! 

15 – Vale a pena alugar um carro já com cadeirinha? Mesmo se a hospedagem for próxima aos parques?

VPD: Sim! Com criança pequena, acho que a flexibilidade que o aluguel de carro traz tem ainda mais valor. E se for alugar carro, suas opções são: ou já alugar com a cadeirinha ou comprar uma cadeirinha no supermercado. O que vai valer mais a pena financeiramente vai depender do tempo da sua viagem, condições de locação, entre outros fatores.

16 – Além dos parques da Disney, quais outras atrações valem a pena conhecer com bebês e crianças em Orlando?

VPD:Dependendo da idade da criança o Orlando Science Center pode ser muito legal e educativo! A gente adora! O Crayola Experience e o American Girl, ambos no Florida Mall, também fazem muito sucesso com as crianças pequenas. Além de claro, as praias próximas de Orlando – tem várias lindas! 

17 – Além da Disney de Orlando, você recomenda visitar também os parques na Califórnia, Paris e Ásia? Quais as diferenças?

VPD: São viagens menos focadas nos parques, acho que esta é a principal diferença. Quando a gente vai pra Orlando, vai com foco em parques. Quando a gente vai pra Ásia, Califórnia ou Paris, uma visita à Disney é uma parte bem pequena da viagem. Vale super a pena, mas a questão é avaliar o que você busca da sua viagem.

18 – Vale a pena levar carrinho de bebê ou alugar lá?

VPD: Eu gosto de levar ou comprar um baratinho no supermercado. Em geral é mais prático e mais barato. Aqui, como a gente viaja bastante, acabei comprando um GB Pockit que pra gente acabou sendo uma solução muito prática.

19 – Quais as principais dicas para economizar na hora de planejar a viagem pra Disney?

VPD: Dá pra escrever um livro só sobre isso, mas resumindo, ter senso crítico e pesquisar muito é sempre a melhor coisa na hora do planejamento. O lado bom é que a economia pode ser aliada com maior aproveitamento em muitos casos. 

Planeje sua viagem com bastante tempo de antecedência para poder escolher cada aspecto com calma, e seja crítico quando alguém te falar que você precisa de tal serviço. Eu vejo muito desse “terrorismo” para tentar fazer as pessoas contratarem serviços que ela realmente não precisa. 

Se você planejar com calma, pesquisando e buscando entender a proposta de cada parque, cada possível programação, com certeza vai curtir cada etapa do planejamento e aproveitar demais a viagem! 

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